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Brasil desperdiçou 6,5 bilhões de m³ de água em 2013


Dados do Instituto Trata Brasil foram divulgados pelo Movimento Pela Redução de Perdas de Água na Distribuição que teve lançamento ontem no XXI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. Até 2030, Movimento pretende reverter a perda de água no país

Com o lema “Menos Perda, Mais Água” foi lançado ontem (25) o Movimento do Pacto Global Pela Redução das Perdas de Água, agenda de desenvolvimento sustentável definida pelas Nações Unidas. O lançamento aconteceu no XXI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos/12° Silusba que acontece até amanhã (27), em Brasília.

Com o objetivo de ampliar o debate e contribuir com soluções, o Movimento é promovido pela Rede Brasileira do Pacto Global das Nações Unidas e liderado pelas empresas Braskem e Sanasa, sendo um marco nacional e internacional da atuação do Pacto Global (UN Global Compact). A iniciativa mobiliza a comunidade empresarial para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.

Compareceram ao lançamento, Jussara Cabral Cruz, presidente ABRH; André Oliveira, presidente da Rede Brasileira Pacto Global da ONU; Arly de Lara Romêo, presidente Sanasa; NikyFabiancic, coordenador residente do Sistema ONU no Brasil; Sonia Chapman, do Desenvolvimento Sustentável Braskem e Vicente Andreu, presidente Agência Nacional de Águas. Também marcaram presença no evento, Paulo Ferreira, Ministério das Cidades/Secretário Nacional de Saneamento Ambiental; Gabriel Ferrato, prefeito de Piracicaba, Gesner Oliveira, representante Instituto Trata Brasil e Ricardo Young, Vereador PPS-SP que realizou uma conferência durante o lançamento.

“Nas nossas buscas de parcerias, estamos sempre atentos àqueles que estão preocupados com os recursos hídricos e que sentem que esse espaço de discussão pode ser fértil. E nessa caminhada com a Sonia Chapman, ela nos apresentou a iniciativa do Movimento e quando entendemos o que significava, não dava pra ficar de fora. O apoio da ABRH a essa grandiosa e importante inciativa tinha que ser realizado”, enfatizou a presidente Jussara Cabral.

Mais de 700 organizações compõe a Rede Brasileira Pacto Global da ONU. O presidente da rede celebrou o lançamento da iniciativa e agradeceu a parceria com a ABRH, PNUD, empresas como a Braskem, dentre outros atores, como a cidade de Piracicaba. “Não poderia deixar de cumprimentar o prefeito Gabriel Ferrato. Nós temos certeza que Piracicaba vai caminhar junto à iniciativa como uma das cidades transformadoras do projeto e faço votos que consigamos fazer disso uma realidade”, disse André Oliveira. “O Pacto Global da ONU é a maior iniciativa corporativa em sustentabilidade do mundo com mais de 12 mil participantes. O Brasil possui a quarta maior rede do mundo, o que mostra engajamento do setor privado nas questões de sustentabilidade e aproximação com o setor público, academia e sociedade civil”, completou o presidente.

Desperdício e busca pela eficiência

Arly de Lara Romêo, presidente da Sanasa, diz que a iniciativa é oportuna e que o tema da redução das perdas é “apaixonante”. “Agradeço a indicação para ser embaixador dessa iniciativa. Nossa empresa, que completou 40 anos, desde 1994 trabalha pela redução das perdas. Nós tínhamos uma perda de 34,6% e hoje ela é de 19%, uma das menores em cidades de grande porte. Estamos investindo pesado nessa área, substituindo as redes. Campinas é uma cidade de 1,2 milhão habitantes e hoje tratamos 90% do esgoto e estamos perto de atingir a marca de 100%. Sem saneamento não há saúde”, afirmou Romêo.

Dados de 2013 do Instituto Trata Brasil mostra que as perdas na distribuição de água no Brasil onde já houve investimento com o tratamento pelas distribuidoras chegam a 6,5 reservatórios da Cantareira, manancial da região metropolitana de São Paulo, o que significa 6,5 bilhões de m³ de água tratada perdida entre a empresa concessionária e os consumidores. “Isso também significa uma perda financeira. As empresas de saneamento disponibilizam essa água e gostariam de cobrar por ela. São R$ 8 bilhões de reais no ano de 2013 que as empresas não faturaram. É perda de receita e perda de água”, diz Sonia Chapman, do Desenvolvimento Sustentável Braskem.

O índice de perda no país tem oscilado entre 39 e 40% e pode aumentar com a falta de manutenção da rede. “Seja por sermos eleitores, empresas que dominam a tecnologia, representantes da sociedade civil, todos temos uma contribuição a fazer na solução de um problema muito complexo que tem várias razões pra estarmos nessa situação, e certamente várias necessidades de soluções diferentes para tratá-lo de forma consistente e sustentável”, completa Chapman.

“Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável foram aprovados em assembleia em setembro de 2015. Estruturados a partir dos Objetivos do Milênio, eles respondem aos novos desafios enfrentados pela comunidade internacional com plano de ações para as pessoas, o planeta, em busca da prosperidade”, explica Niky Fabiancic, coordenador residente do Sistema ONU no Brasil. “Enfrentar essa realidade é uma necessidade, principalmente pela busca de resolver as dificuldades hídricas que o país atualmente enfrenta e que exigem um esforço conjunto de toda a sociedade. O Movimento Pela Redução de Perdas de Água na Distribuição mostra que podemos solucionar um dos desafios da gestão dos recursos hídricos no Brasil: a busca pela eficiência”, finalizou Fabiancic.

Para o presidente da ANA, Vicente Andreu, evitar a perda de água está no mesmo patamar de busca de novos mananciais. “Nós temos trabalhado no sentido de tratar internacionalmente a temática da água com servidores altamente qualificados e em instituições que tratam desse tema. Outra diretriz é de buscar posicionar e contribuir tecnicamente com o Brasil em torno dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, afirmou Andreu. O presidente também falou que a ANA apoia a criação de um IPCC da água, um painel com especialistas da água. “Esse debate será aprofundado na COP21, em Paris. Queremos convencer os países sobre a necessidade de água ter uma representatividade própria no âmbito das Nações Unidas”, finalizou.

Brasília: capital das Águas 2015

O XXI SBRH e 12º Silusba são promovidos pela ABRH, APRH, Aquashare, ACRH – Associação Caboverdeana de Recursos Hídricos. Com patrocínio da ADASA, do Governo Federal através dos Ministérios da Saúde, Integração Nacional, Meio Ambiente, Educação, além da Caixa, do Governo do Estado de São Paulo e o apoio institucional de diversas universidades e instituições. Conheça todos os patrocinadores e apoiadores visitando nossa página www.abrh.org.br/xxisbrh.

A ABRH – Associação Brasileira de Recursos Hídricos é uma associação profissional, sem fins lucrativos, que tem como finalidade congregar pessoas físicas e jurídicas dedicadas ao avanço da gestão de Recursos Hídricos, da pesquisa científica e do apoio ao ensino técnico e universitário. Atualmente, é a mais importante editora de livros técnicos sobre Recursos Hídricos no Brasil, com mais de 70 títulos publicados e, extensivamente, utilizados por professores universitários, profissionais e gestores públicos.A ABRH possui várias Regionais distribuídas pelos Estados da Federação e entre algumas de suas realizações mais importantes está a mobilização pela criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos no Brasil, em 1997.

SERVIÇO
O quê: XXI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos
Quando: até 27 de novembro de 2015
Onde: Centro de Convenções Ulisses Guimarães - SDC Eixo Monumental - Lote 05 - Ala Sul 1º Andar Brasília/DF
Site do evento: www.abrh.org.br/xxisbrh
Twitter: @abrh_oficial | Facebook: www.facebook.com/ABRHBrasil | Linkedin: goo.gl/VwXUhT

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